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2011 - Ano Internacional das Florestas

Para ficarmos a conhecer as principais espécies florestais portuguesas, todos os meses vamos falar de uma espécie diferente...

ESPÉCIE DO MÊS:
* Sobreiro (Jan.11)
* Pinheiro-bravo (Fev.11)
* Eucalipto (Mar.11)
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Pinheiro manso

Nome comum: pinheiro manso
Nome científico: Pinus pinea
Género: Pinus (pinheiros – pinus spp)
Família: Pináceas
Mata de pinheiros: Pinhal
Utilidades: aproveitamento do seu fruto (pinhão) e da sua madeira como lenha

O pinheiro manso é uma árvore originária da região ocidental da bacia do Mediterrâneo: Sudoeste da Europa e Norte de África. Em Portugal, grande parte da área do pinheiro manso concentra-se a sul do Tejo, principalmente nos distritos de Setúbal, Évora e Faro; mas, na realidade, encontra-se em todo o litoral e interior do País. O pinheiro manso é uma árvore que requer luz abundante e um clima quente, não suportando geadas fortes e contínuas. Espécie excelente pioneira em solos pobres em húmus, aceita vários tipos de solo, embora os prefira os solos frescos, profundos e arenosos, incluindo areias marítimas e dunas fixas. É comum encontrá-lo entre o nível do mar e os 1000 m de altitude. A uma mata de pinheiros chamamos um pinhal; mas encontra-se naturalmente misturado com o pinheiro bravo, azinheiras, sobreiros e outros carvalhos.

O pinheiro manso pode ser uma planta espontânea ou plantada. É uma árvore de porte mediano, podendo atingir até 25 m de altura e a sua copa, densa, ampla, arredondada tem forma de guarda-chuva nos indivíduos adultos e esférica nos jovens. O tronco é direito cilíndrico e apresenta pernadas grossas viradas para cima, ramos em ângulo agudo, e raminhos curvos, de um tom cinzento-esverdeado-pálido; está coberto por uma casca espessa, rugosa, de cor castanho-avermelhada, depois acinzentada e profundamente fendida. É uma árvore de folha persistente, em forma de agulhas agrupadas aos pares, com 10 a 20 centímetros de comprimento.

É uma espécie florestal de interesse económico pela produção de pinhões comestíveis, que pode ser consumido directamente ou utilizado em confeitarias e culinária diversa. A casca também foi explorada durante muitos anos para a extracção de taninos utilizados na indústria de couros. A madeira é resinosa pelo que desta árvore é extraída resina e a madeira é muito dura, difícil de trabalhar mas muito impermeável. Os troncos produzem boas vigas muito utilizadas na construção e em caminhos de ferro, bem como na indústria naval (curiosidade: as naus que dobraram o Cabo da Boa Esperança tiveram na sua construção Pinheiros Mansos de Alcácer do Sal, tendo o próprio Bartolomeu Dias escolhido as árvores nesta região). É também estimado como árvore ornamental pelo seu valor paisagístico e pela densa sombra. Em termos ecológicos tem também uma importante utilização na protecção de solos arenosos e fixação de dunas, permitindo a utilização de solos de fracas condições.

Azinheira

Nome comum: azinheira, azinho
Nome científico: Quercus rotundifolia
Género: Quercus (carvalhos – quercus spp)
Família: Fagáceas
Mata de azinheiras: Montado de azinho
Distingue-se do sobreiro: por não produzir de cortiça
Utilidades: Aproveitamento do seu fruto (lande ou bolota) e da sua madeira como lenha

Originária da bacia mediterrânica, a azinheira encontra-se em quase todas as regiões do país, desde a zona transmontana até ao Algarve, mas as maiores manchas desta espécie situam-se a sul do rio Tejo. No Alentejo Interior ocupa extensos povoamentos denominados montados de azinho geralmente em associação com uma outra cultura ou pastagem; encontram-se também em povoamentos mistos com sobreiro. É uma "árvore de plena luz", intolerante ao ensombramento. Rústica e resistente, embora seja sensível ao frio, tolera os Verões secos e a baixa pluviosidade, bem como altitudes elevadas, até 1500 m. É indiferente ao tipo de solo, que podem ser solos pobres em húmus, com humidade média ou seca. Frutifica a partir dos 8-10 anos e vive cerca de 1000 anos.

A Azinheira pode ser uma planta espontânea ou cultivada. É uma árvore pode atingir 20 m de altura com copa ampla, ovóide ou arredondada. O tronco curto e tortuoso - com ramos oblíquos, sinuosos com ramificação densa, tem uma casca cinzenta, parda, com pequenas fissuras ou gretas pouco profundas. É uma árvore de folha persistente, verde-escuro na página superior e esbranquiçada na página inferior (devido à cobertura de finos pelos brancos). As folhas são simples e alternas, de forma ovada a lanceoladas, com picos nas extremidades das nervuras secundárias. Os frutos são as bolotas, que constituem uma grande riqueza quer para a fauna selvagem quer para o homem que as usa na alimentação do gado.

A madeira de azinho é muito densa e compacta, deforma-se quando seca e é difícil de trabalhar embora suporte o polimento, daí que sirva para fabrico de pequenas peças como parquets; possui um alto valor calorífico, dando excelente lenha e carvão. A Árvore quando ornamental dá uma agradável sombra, e suporta as podas. A bolota é aproveitada para alimentação do gado, tendo sido utilizada, noutros tempos, como alimento humano, por ser das mais doces - era misturada com trigo e outros cereais para fazer pão em anos de escassez, ou assada como as castanhas. Em termos ecológicos é uma espécie resistente à poluição urbana.

Eucalipto

Nome comum: eucalipto
Nome científico: Eucaliptus globulus
Género: Eucaliptus
Família: Mirtáceas
Mata de eucaliptos: Eucaliptal
Utilidades: aproveitamento da sua madeira, indústria da pasta de celulose e exploração das propriedades medicinais

Existem em todo o mundo cerca de 600 espécies diferentes de eucalipto. A espécie que predomina em Portugal é originária da Tasmânia e Austrália, foi introduzido em Portugal em meados do século XIX e é actualmente a terceira das espécies florestais dominantes, ocupando a sexta parte da área total da floresta portuguesa. Prefere regiões litorais e de baixa altitude - inferior a 700 m. Prefere climas temperados húmidos. Suporta mal o ensombramento. Tolera bem todos os tipos de solos, com excepção aos calcários. Resiste bem ao encharcamento e mal ao vento.

O eucalipto propaga-se por semente e por estaca, em estufa; quando se corta um eucalipto, volta a rebentar por toiça nascendo cerca de três a quatro varas. É uma árvore de grande porte, com uma altura que pode atingir os 70 ou 80 metros em árvores adultas velhas. Devido às condições ecológicas excepcionais que esta espécie pode encontrar entre nós, existem muitos exemplares de grande porte, os maiores dos quais ultrapassam os 10 metros de perímetro à altura do peito. O eucalipto, é flexível e maleável, o tronco é alto e recto se a árvore estiver inserida num povoamento florestal. A casca é lisa, cinzenta ou castanha. É uma árvore de folha persistente, cuja forma e aspecto variam conforme a árvore está numa fase de crescimento juvenil ou adulta; as folhas juvenis são de ovais a arredondadas e, ocasionalmente, sem pecíolo, com cor glauca e inserção, no ramo, oposta; as folhas adultas são alternadas, longas e lanceoladas, tendo um pecíolo comprido e cor verde brilhante. Tal como outras mirtáceas, as folhas de eucalipto estão cobertas de glândulas que segregam óleo.

Algumas espécies de eucaliptos foram exportadas para outros continentes onde têm ganho uma importância económica relevante, devido ao facto de crescerem rapidamente e serem muito utilizadas para produzir pasta de celulose, usada no fabrico de papel, carvão vegetal e madeira. A madeira de eucalipto caracteriza-se pela sua alta densidade e durabilidade, assim como pelas suas propriedades mecânicas e resistência ao impacto. A sua tonalidade natural, clara, permite uma grande amplitude de acabamentos permitindo adequar a tonalidade final à decoração pretendida. Uma das primeiras aplicações da madeira de eucalipto foi as travessas de caminho-de-ferro; posteriormente, a madeira de eucalipto foi utilizada para os mais diversos fins, desde as estruturas dos telhados, na tanoaria, nos pavimentos, na carpintaria e mais recentemente no mobiliário. A importância do eucalipto em Portugal está ainda associada ao desenvolvimento da indústria de Pasta de Celulose, que é uma das fontes de produção de riqueza do nosso país. O eucalipto, apresenta propriedades medicinais antipiréticas, antitússicas, anestésicas, antissépticas e desinfectantes, sendo considerado um medicamento natural com imensas vantagens e muito poucos prejuízos comparados com os medicamentos químicos.

Pinheiro bravo

Nome comum: pinheiro bravo
Nome científico: Pinus pinaster
Género: Pinus (pinheiros – pinus spp)
Família: Pináceas
Mata de pinheiros: Pinhal
Utilidades: Extracção de resina e de madeira




O pinheiro bravo é uma árvore originária da região da Europa e Mediterrâneo, sendo a espécie florestal mais abundantes em Portugal. Encontra-se em quase todas as regiões do país, mas as maiores manchas desta espécie situam-se no litoral atlântico. O pinheiro bravo é uma árvore pouco exigente que se dá melhor em terrenos arenosos da faixa costeira, principalmente a norte do Tejo, onde encontra as condições ideais de humidade e influência atlântica - zonas com precipitação média anual superior a 800 mm, com pelo menos 100 mm no período estival. A uma mata de pinheiros chamamos um pinhal.

O pinheiro bravo pode ser uma planta espontânea ou cultivada. É uma árvore de grande porte, podendo atingir 30 a 40 m de altura e a sua copa, nas árvores jovens é piramidal, e nas adultas é arredondada. O tronco tem uma ramificação verticilada (3 ou mais ramos a partir do mesmo nó, como os raios de uma roda), densa, os ramos quando jovens são muito espaçados e amplos; está coberto por uma casca espessa, rugosa, de cor castanho-avermelhada e profundamente fendida. É uma árvore de folha persistente, em forma de agulhas agrupadas aos pares, com 10 a 25 centímetros de comprimento.

É uma espécie florestal de grande interesse económico porque proporciona uma grande produção de madeira (clara, avermelhada ou castanho-avermelhado, com abundantes nós é durável, pesada e pouco flexível) utilizada em mobiliário, postes, cofragem, caixotaria, aglomerados, carpintaria, construção naval, combustível e celulose; e extracção de resina, usada na indústria de tintas, vernizes e aguarrás. A casca do tronco é rica em tanino, é usada no curtimento de peles. Em termos ecológicos tem também uma importância muito grande: protege contra o vento, e devido ao seu enraizamento profundo funciona como fixador de dunas, além de permitir a recuperação de solos pobres e erosionados.

Sobreiro

Nome comum: sobreiro, sobro ou chaparro
Nome científico: Quercus suber
Género: Quercus (carvalhos – quercus spp)
Família: Fagáceas
Mata de sobreiros: Montado de sobro
Distingue-se da azinheira: pela produção de cortiça
Utilidades: Extracção de cortiça, aproveitamento do seu fruto (lande ou bolota) e da sua madeira como lenha
Períodos entre os descortiçamentos: 8 a 12 anos (normalmente 9 anos)
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O sobreiro é uma árvore de clima mediterrânico sendo das espécies florestais mais abundantes em Portugal. Encontra-se em quase todas as regiões do país, mas as maiores manchas desta espécie situam-se a sul do rio Tejo, principalmente no Alentejo. É uma árvore pouco exigente que se dá melhor em terrenos siliciosos e nas encostas pouco elevadas em que a temperatura média varie entre os 14 e os 15 º C; é exigente em humidade e não suporta geadas. A uma mata de sobreiros chamamos um montado de sobro; mas muitas vezes o sobreiro aparece juntamente com azinheiras e carvalhos.
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O sobreiro pode ser uma planta espontânea ou cultivada. Atinge uma altura de 10 a 20 metros e a sua copa é ampla e pouco densa. O tronco ramifica-se em grossas pernadas, revestidas por uma casca acinzentada, espessa e fendida chamada cortiça. É uma árvore de folha persistente, verde-escuro na página superior e esbranquiçada na página inferior (devido à cobertura de finos pelos brancos). As folhas têm a forma ovada e podem atingir de 2 a 10 cm de comprimento; as margens são serradas ou denticuladas e com pequenos picos no extremo das nervuras secundárias. A bolota é aproveitada para a alimentação do gado suíno.
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Um sobreiro demora cerca de 25 anos a produzir a primeira cortiça. A cortiça é um produto muito apreciado em todo o mundo, porque é um bom isolador térmico e acústico, para além das outras aplicações: cortiços para abelhas, solas, palmilhas, bóias, rolhas, papel de cortiça, serradura, granulado, aglomerados, o linóleo, etc. Em termos ecológicos a cortiça tem também uma importância muito grande: por um lado protege a árvore do fogo e por outro serve de abrigo a inúmeros animais, sobretudo insectos, e plantas (musgos, líquenes e algas microscópicas).